sábado, 30 de outubro de 2010

O (des)esperado

Preciso me lançar
Na natureza nada espera
Mãe-pássaro empurra filhote do ninho
Ninguém pergunta: "tá preparado?"


Pra nascer ninguém questiona, nasce.
Pra fruta cair do pé, precisa de que?
Peso, maturidade, que não quer dizer preparação
Se me perguntam: está pronta pra morrer?
Posso ter cem anos, respondo: NÃO!
Por isso a natureza não pergunta
Que já deve ser difícil lidar com tudo,
sem perguntar nada a ninguém
Que o caos já é natural.
É questão de existência: não é sentir, nem pensar, é existir.






Que o caos já é ele mesmo sem as opiniões, os achismos e os quereres de todo o mundo. Que esse caos só se modifica quando paramos de querer, de pensar, de sentir. Pois a existência comporta sentimento, pensamento e vontade. A existência é requisito para a vivência - e vice-versa. E que existindo podemos mudar muito mais que querendo, sentindo ou pensando. Existir é a única forma de impor algo nosso ao mundo, aos outros, à natureza. Existindo podemos ser o que quisermos, teremos de ser aceitos ou, como eu gosto de dizer, engolidos pelos outros. Existindo somos.